Participaram do encontro ABIIS, ABIMO, ABIMED, ABRAIDI, AUDIF, CBDL, Instituto Ethos, Interfarma, Observatório Social do Brasil e UNIDAS
A diretoria do Instituto Ética Saúde convocou as entidades dos diversos segmentos da saúde que compõem o IES a expor, ainda mais, as práticas indevidas identificadas nas áreas em que atuam. O aumento da percepção da corrupção durante a pandemia e o que é preciso para coibir as fraudes com mais veemência foram o tema central da 16ª Reunião do Conselho Consultivo, que aconteceu no dia 05 de novembro.
O presidente do Conselho de Administração, Eduardo Winston Silva, apresentou dados comparativos de investimentos, gastos e custos da burocracia com a saúde no Brasil e no mundo e afirmou que é preciso elevar o tom para alcançar o propósito de combater as más práticas e promover um ambiente mais ético. “O nosso desafio é: como podemos ser mais efetivos? Precisamos ouvir cada um de vocês, analisar os impactos na cadeia, levar o problema para a sociedade e criar a sensibilização e a promoção do ambiente mais ético”, afirmou.
A declaração teve total apoio do presidente da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para a Saúde (ABRAIDI), que denunciou o aumento da corrupção em decorrência da crise sanitária da Covid-19. “Estamos começando a viver de novo as práticas que nós combatemos desde 2013. A pandemia trouxe a luz para situações antigas que agora foram ampliadas. Temos que chamar as entidades e conversar olho no olho. Não adianta fazermos ética para uma área só, tem que ser para o fornecedor, para o hospital, para o profissional de saúde, para o plano de saúde. É preciso colocar os problemas à mesa, detectar onde estão e definir o que vamos fazer”, defendeu Sérgio Rocha.
O executivo de Relações Institucionais do IES, Carlos Eduardo Gouvêa, reforçou que o Canal de Denúncias é a melhor ferramenta para que as práticas ilegais cheguem ao conhecimento dos órgãos responsáveis por investigar e punir tais atitudes. Acrescentou que o Acordo de Cooperação com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está bastante adiantado e que nos próximos dias será anunciado um acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED), também no âmbito do Canal.
Sobre a LGPD, o assessor jurídico e de Compliance do Instituto, Rodrigo Alberto Correia da Silva, explicou quais são os prontos de atenção do IES. “Um é o trânsito de informações dentro do sistema de saúde, para que seja feito conforme a lei e para que a regulação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) compreenda como funciona o setor. Existe uma exceção na lei para os serviços de saúde, mas sabemos que a informação não transita apenas pelo serviço de saúde. A outra preocupação está relacionada ao que seria a utilização ética da informação sensível nos serviços de saúde”, explicou.
Gouvêa apresentou ainda um grande projeto que o IES pretende realizar: a criação de um índice sobre a percepção da corrupção na saúde no Brasil, em parceria com a FGVethics, que permitirá medir a evolução dos esforços em prol da ética e integridade nos negócios, nas várias frentes. E comentou as parcerias com instituições de ensino firmadas com o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e a FGVethics. “Fazemos parte do Conselho Consultivo do FGVehtics, que vai lançar um projeto, com o nosso apoio e participação ativa, para promover a educação sobre compliance e ética na formação do profissional de saúde, iniciando pelas faculdades de medicina”, disse o executivo do Instituto.