A embaixada da França, em Brasília, promoveu em 26 de março, seminário que debateu a saúde pública no Brasil e no país europeu. A ABRAIDI foi representada pelo diretor técnico, Sérgio Madeira, recepcionado pelos integrantes do Ministério de Relações Exteriores da França, Maria Dulce Nunes Osinski e Jean-Patrick Lajonchere. O evento teve a participação ainda de representantes da Fapesp, Bio-Manguinhos/Fiocruz, Instituto Butantan, das empresas Sanofi e Servier, entre outras organizações.
A temática “Expertise francesa e brasileira em Saúde Pública” foi abordada por palestrantes de ambas as nações que expuseram visões sobre ciência, educação e cooperação e especialmente na preparação para urgências sanitárias, como a recente experiência com a pandemia do Covid-19.
O ex-dirigente da OMS e de várias outras instituições de ciência e saúde, articulista e escritor, Didier Houssim, que também integra a Academia Nacional de Medicina da França, expôs a necessidade de ações globais (OMS, Regulamento Sanitário Internacional, centralização de dados para decisão, entre outras), além de iniciativas nacionais com o monitorando do fluxos de pessoas, animais, mercadorias, realizando testes sistemáticos e coletando dados e, por fim, ações locais com foco no atendimento das pessoas e infraestrutura necessária (materiais, equipamentos, oxigênio, recursos humanos) para o enfrentamento das futuras crises sanitárias.
A chefe do Laboratório de Medicina Molecular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Carolina Lázari, falou sobre a preparação brasileira durante a Covid-19, sustentada pelos preceitos constitucionais, a resposta brilhante do SUS às graves demandas da pandemia e lembrou que o Brasil foi o quarto país em número de mortes, mesmo não sendo o quarto em população.
“Ambas as autoridades enfatizaram a necessidade de que estes eventos sejam tratados de acordo com a ciência, repudiando a condução das providências sob influências ideológicas ou crenças particulares. Também enfatizaram a importância
dos valores humanos na criação e condução das equipes de saúde”, destacou Sérgio Madeira que ainda concluiu: “foi um evento curto, condensado, mas de grande significado e conteúdo. Orgulho da nossa ciência, do nosso SUS e dos profissionais que nele atuam”.