Associadas da ABRAIDI no Rio de Janeiro registram queda de faturamento entre 75% e 80% por redução de cirurgias durante a pandemia de Covid-19

O sétimo encontro regional marcou um amplo debate sobre alta na cotação do Dólar e Euro, que encarece os produtos importados para saúde, mas também os nacionais que utilizam insumos do exterior. Pesquisa da ABRAIDI com empresas fluminenses constatou que 72% estão enfrentando problemas logísticos com alta de preço do transporte.

A ABRAIDI promoveu, em 4 de junho, uma reunião online com empresas do Rio de Janeiro para discutir os problemas enfrentados pelas consequências provocadas pela crise sanitária do coronavírus. Os associados revelaram queda nos procedimentos cirúrgicos entre 75% e 80% com igual redução de faturamento, problemas logísticos graves, elevação de custos operacionais para o transporte e atraso de pagamentos por parte de hospitais e operadoras de saúde. 

O presidente da ABRAIDI, Sérgio Rocha, abordou que a alta do Dólar e Euro, em torno de 50%, tem afetado diretamente os produtos importados, tanto aqueles que já vem finalizados apenas para serem comercializados, quanto os insumos para a indústria nacional, como o titânio, utilizado em diversos Dispositivos Médicos Implantáveis – DMIs. “Nas últimas semanas só estamos vendendo estoque, sem reposição de produtos, o que pode gerar um desabastecimento futuro”, afirmou Rocha. O diretor executivo da ABRAIDI, Bruno Bezerra, informou que existe um projeto de lei no Congresso Nacional para que haja uma retroatividade do câmbio na cotação de 31 de dezembro de 2019, que era de R$ 4,03, para os produtos importados.

Os associados revelaram problemas logísticos sérios e em pesquisa, feita com as empresas fluminenses, 72% afirmaram dificuldades para transporte de produtos para a saúde com fechamento de fronteiras e redução significativa de voos. Um dos executivos contou, inclusive, dificuldade em conseguir a liberação de cargas, que demorou mais de duas semanas, por menor número de fiscais trabalhando. Os custos, segundo o levantamento, estão mais caros entre 70% e 100% para 18% das associadas e para outros 18% as despesas com logística subiram mais de 100%.  

  • Os executivos também têm constatado demora nos recebimentos entre quatro e seis meses de produtos utilizados por parte dos hospitais mas, principalmente, por operadoras, seguradoras e planos de saúde. “Eles postergam pagamentos utilizando-se de glosas injustificadas para ‘jogar’ para frente o débito”, contou um associado. “O problema é nacional e vivenciado por empresas de todo o Brasil. Em pesquisa da ABRAIDI essa retenção de faturamento é da ordem de R$ 0,5 bilhão. Estamos denunciando essa prática em órgãos de controle e até na CVM”, conta Sérgio Rocha.

    “Apesar de toda dificuldade enfrentada pelo setor, a responsabilidade social das empresas tem sido muito grande com demissões de apenas 10% dos funcionários e suspensão ou redução de jornadas em torno de 20% para continuar em operação”, destaca o diretor executivo, Bruno Bezerra, com informações apresentadas pelos associados no encontro.  

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