ABRAIDI reuniu três executivos de uma das maiores empresas de logística do mundo, em virtude de 75% dos distribuidores e importadores enfrentarem dificuldades no transporte de produtos para a saúde com elevação de custos, segundo pesquisa da própria Associação
A ABRAIDI promoveu, em 08 de julho, o webinar que discutiu o impacto da pandemia de Covid-19 nas cadeias logísticas globais, o reflexo para o setor da saúde e as perspectivas futuras. O diretor-executivo da Associação, Bruno Bezerra, destacou que as restrições logísticas afetaram 75% dos distribuidores e importadores no Brasil, com aumento de custos, em média, de 50% na região Norte, 60% no Nordeste, 53% no Centro-Oeste e no Sul e Sudeste o índice médio apurado foi de 73%.
A ABRAIDI obteve junto a UPS, já no mês passado, um acordo coletivo que beneficiou todas as associadas. “Num esforço para ajudar as empresas do setor de saúde a equilibrar velocidade e custo, essa parceria propiciou tarifas especiais para remessas domésticas e de exportação”, destacou Bruno Bezerra.
“É uma honra participar desse evento e passar informações para o setor de saúde, que é um dos pilares da atuação da UPS, e mostrar soluções e conhecer em quais pontos podemos atuar de forma específica”, afirmou a presidente da UPS Brasil, Nadir Moreno, na abertura do evento, reforçando que a empresa possui um grupo específico interno que só cuida de healthcare. “A pandemia nunca foi vivida pelos atuais executivos, apesar da UPS ter 114 anos e sermos a nona companhia cargueira aérea do mundo. Tivemos um crescimento de quatro vezes nas demandas em pouco tempo e promovemos uma série de mudanças de forma ágil para atender às novas necessidades”, completou.
O diretor de Vendas Global Logística da UPS, Alexandre Rodrigues, completou que não sabemos em que momento a pandemia irá passar, onde estamos e se haverá uma segunda onda e com qual intensidade. “A forma como estávamos acostumados a fazer as coisas mudou e precisamos nos adaptar diariamente, sem certeza do que estará por vir e como se acomodará no futuro”. Alexandre Rodrigues lembrou que, em fevereiro, já houve redução e cancelamento de voos e aumento dos preços da carga aérea. Em março os países, em todo o mundo, entraram em quarentena, com o fechamento de empresas não essenciais e com mais escassez de voos. “Sabemos que a logística é uma das principais áreas para redução de custos e busca de eficiência e trabalhamos para sermos parceiros constantes de nossos clientes com logística, desembaraço aduaneiro, armazenagem e distribuição, rastreamento, seguro, entre outros”, complementou o executivo.
O diretor de Contas Globais de Healthcare Latam da UPS, Cristiano Rihan, constatou que a capacidade aérea ficou rapidamente muito limitada com a pandemia e os preços ficaram altos. Com o desequilíbrio, tendo menos oferta e grande procura, houve alta de preços, por conta da sobrecarga de serviços para atender as emergências logísticas. “Acredito que a volta da normalidade, pré-pandemia, deverá demorar de dois a três anos”, previu Rihan. “A lição que o coronavírus trouxe para todos nós foi tirar as empresas e as pessoas da zona de conforto. Nos forçou a olhar como executamos algumas coisas de forma diferente”, complementou e foi além: “ser flexível com o serviço, com alternativas para qualquer tipo de situação com opções de modais marítimo, aéreo e rodoviário e, em muitas casos, intermodal tem agilizado as entregas sem o comprometimento tanto nos custos”, exemplificou.
Após as palestras houve uma rodada de perguntas feitas por cerca de 90 representantes de empresas associadas da ABRAIDI que acompanharam o webinar e respostas dos executivos da UPS.