Décima reunião regional da ABRAIDI discute problemas setoriais provocados pela pandemia e outros estruturais como a defasagem da tabela SUS

O encontro debateu também temas tratados em praticamente todas as outras reuniões regionais, como retenção de faturamento praticado por operadoras de saúde, queda de 90% nos procedimentos eletivos e emergenciais e retomada muito tímida das cirurgias.

A Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde promoveu, em 17 de junho, a décima reunião regional com representantes de empresas que comercializam produtos no interior de São Paulo. Os associados lembraram das dificuldades em fornecer insumos e equipamentos para a saúde com uma tabela SUS tão defasada, que a pandemia de Covid-19 apenas trouxe a tona de forma ainda mais dramática. 

O diretor executivo da ABRAIDI, Bruno Bezerra, destacou que a única comissão que está atuando no Congresso Nacional é a que discute o sistema de saúde e o combate ao coronavírus. “Vários parlamentares estão questionando a temática da defasagem da tabela do SUS e defendendo o reequilíbrio com nosso suporte técnico no fornecimento de informações essenciais”, esclareceu Bruno Bezerra. O presidente da ABRAIDI, Sérgio Rocha, afirmou que muitas empresas já deixaram de fornecer produtos para o Governo por inadequação dos valores pagos e têm sido pressionadas por operadoras que impõe preços, na maioria das vezes, inviáveis comercialmente. O diretor executivo deu o exemplo de uma associada que fornecia produtos importados para valvotomia aórtica por balão pagando US$ 1.000,00 e o SUS reembolsava R$ 4.500,00. “Eles informaram à ABRAIDI que deixaram de fornecer para o Governo, desde que a alta do dólar inviabilizou por completo a operação, e ainda devem não fornecer mais também para planos de saúde”, complementou Bezerra.

Os executivos disseram que houve uma queda abrupta de procedimentos eletivos e emergenciais com a crise sanitária de Covid-19, em média, de 90% e não acreditam em uma retomada tão ágil. “O retorno já está começando, porém de forma muito lenta”, afirmou um dos presentes na reunião online. Apesar da enorme queda de faturamento, as empresas não promoveram demissões, tomando medidas paliativas para manter o quadro de colaboradores com antecipação de férias, redução de jornada com diminuição salarial em torno de 25%, além de poucos afastamentos temporários. Os representantes das empresas revelaram que têm utilizado os benefícios fiscais oferecidos pelo Governo Federal, mas se preocupam com o futuro quando os tributos terão que ser honrados, sem giro de caixa para isso.

Mais uma vez, como em praticamente todas as reuniões regionais, houve relatos de retenção de faturamento praticado por operadoras e o diretor executivo informou denúncias que a ABRAIDI tem feito sobre o tema na CVM e na ANS.  

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