O diretor-executivo da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde, Bruno Bezerra, foi um dos debatedores do Welcome Saúde, em 16 de março, organizado pelo Grupo Mídia. O tema abordado foi a perspectiva econômica para o setor da Saúde em 2021 e, além da ABRAIDI, participaram da mesa o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin; o presidente da Abimo, Franco Pallamolla; o presidente da Abramed, Wilson Shcolnik; e o presidente da CMB, Mirócles Veras.
A mediação do debate foi do diretor-executivo da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde, José Márcio Cerqueira Gomes, que abriu o evento com os dados do Boletim Econômico da ABIIS, revelando que o setor saúde sofreu mais com a pandemia do que a indústria de transformação. “Os procedimentos e cirurgias eletivas caíram 25,9%, no SUS, em 2020. Os exames diagnósticos sofreram redução de 21,2%. E isso comprometeu a cadeia de suprimentos na indústria de dispositivos médicos (DMs), que retraiu 1,5% no ano”.
O diretor-executivo da ABRAIDI destacou que o sistema de saúde está sob intenso risco, mas que a pandemia acabou por produzir uma maior interlocução entre todos os elos da saúde, que viram a necessidade de dialogar de forma mais franca e continua. “Somos, ou éramos antes do coronavírus, quase 10% do PIB, e exercemos um importante papel social neste país, seja para tratamento urgente ou eletivo. Quando a Covid-19 passar, não podemos perder essa união setorial”, completou.
Bruno Bezerra ainda destacou que 70% das associadas são de pequeno e médio porte e capilarizam o atendimento em todo o Brasil. “O efeito da pandemia foi catastrófico para os nossos associados e o risco de desestruturação desta rede de serviços é grande, já que temos um equilíbrio muito sensível deste sistema. Houve quedas de faturamento e volume cirúrgico da ordem de 90%, em alguns pontos do país, que fragilizou as empresas. O câmbio foi outro problema para o fornecedor e para toda a cadeia produtiva. O pior é que o paciente será afetado diretamente. É quem vai sofrer lá na ponta”, contextualizou.
Sobre a questão da Reforma Tributária, o diretor da ABRAIDI ressaltou a relevância de estar muito próximo dos parlamentares durante as discussões. “Precisamos fortalecer os dois sistemas, seja SUS ou Saúde Suplementar, já que ambos são complementares. “Não é o que São Paulo está fazendo, mantendo o público às custas do privado. O aumento de 18% do ICMS prejudica toda a cadeia e o Movimento Unidos pela Saúde tem buscado uma maior interlocução com o Legislativo paulista para suspender a Lei e os Decretos que elevaram o tributo para produtos da saúde”, finalizou.
O Welcome Saúde pode ser assistido na íntegra no link: https://www.youtube.com/watch?v=0GcGn0GBqTg