Empresas de saúde do Espírito Santo, surpresas com informações divergentes sobre o enfrentamento do Covid no estado, preveem o colapso do sistema

O quinto encontro regional da ABRAIDI marcou uma série de denuncias sobre atraso de pagamentos por parte de hospitais, imposições de descontos em faturas já emitidas, mesmo com o dólar 50% mais caro e glosas de planos de saúde, previamente autorizadas
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A ABRAIDI promoveu, em 29 de maio, uma reunião virtual com associadas do estado do Espírito Santo. Os executivos se mostraram surpresos com informações de lotações em UTIs e falta de leitos, generalizada, nos hospitais do estado. “Passamos de uma situação aparentemente sob controle para uma possibilidade de lockdown de um dia para o outro”, relatou um dos participantes.  

Os representantes das empresas informaram que o governo do Espírito Santo optou por comprar vagas de UTIs em hospitais privados ao invés de construir hospitais de campanha. “A situação atual de elevada ocupação provocou quedas de faturamento de cirurgias eletivas e de urgência em até 80%, como as cirurgias cardíacas”, informou um dos associados que completou: “os hospitais estão atrasando pagamentos e tem culpado a pandemia, mas a prática ocorre há quase dez anos e agora estão impondo desconto em faturas já emitidas, com o dólar 50% mais caro”. A maior parte dos produtos distribuídos é importada e sofre impacto com a variação cambial. Os planos de saúde também estão praticando glosas para procedimentos previamente autorizados.

O presidente da ABRAIDI, Sérgio Rocha, pediu que os associados não fiquem calados e denunciem os abusos praticados por hospitais e operadoras de saúde. O diretor-técnico da ABRAIDI, Sérgio Madeira, lembrou que as irregularidades podem ser denunciadas, de forma sigilosa e anônima, no Canal do Instituto Ética Saúde por telefone (0800-741-0015), por e-mail ou através do site (https://www.canalconfidencial.com.br/canaleticasaude/).

Uma enquete realizada confirmou que 83% dos participantes disseram estar enfrentando problemas logísticos na região, sendo que 58% constataram aumento no custo do transporte de produtos para a saúde entre 30% e 69%, enquanto para outros 25% a elevação está entre 70% e 100%. O evento foi aberto pelo diretor executivo, Bruno Bezerra, que destacou as ações promovidas pela ABRAIDI, nos últimos meses, e informou a programação para os próximos. Participaram do encontro também os conselheiros da ABRAIDI, Roberley Polycarpo e Fábio Bastos.  

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